Crédito das imagens: Google. Desconheço os autores originais.
A confeitaria, para mim, não foi uma decisão fácil. Trabalhei em diversos lugares, passei por vários ramos e tinha acabado de realizar um antigo sonho: graduação em psicologia. Estava no primeiro semestre e ao mesmo tempo nascia em mim o amor pela arte da confeitaria.
Iniciou-se uma crise, um conflito. Levei um tempo até admitir e, claro, larguei a faculdade. Hoje tenho o projeto de, em breve, me dedicar somente aos doces, encomendas, criações. Mas, por ora, divido meu tempo entre o meu trabalho atual e os doces.
Nessa época de transição, li um texto muito interessante, que me ajudou a ver a situação de uma forma mais clara. O autor do texto é conhecido publicitário Nizan Guanaes: não tenho mais detalhes sobre a origem, me parece que esse foi o discurso dele ao ser paraninfo em uma formatura. Reserve uns minutinhos para ler, vale a pena!!!
"Dizem
que conselho só se dá a quem pede. E, se vocês me convidaram para paraninfo,
sou tentado a acreditar que tenho sua licença para dar alguns.
Portanto,
apesar da minha pouca autoridade para dar conselhos a quem quer que seja, aqui
vão alguns, que julgo valiosos.
Não
paute sua vida, nem sua carreira, pelo dinheiro. Ame seu ofício com todo
coração. Persiga fazer o melhor. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro
virá como conseqüência. Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser nem
um grande bandido, nem um grande canalha.
Napoleão
não invadiu a Europa por dinheiro. Hitler não matou 6 milhões de judeus por
dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por
dinheiro. E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são
incapazes de sonhar. E tudo que fica pronto na vida foi construído antes, na
alma.
A
propósito disso, lembro-me uma passagem extraordinária, que descreve o diálogo
entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário
texano. O milionário, vendo-a tratar daqueles leprosos, disse: "Freira, eu
não faria isso por dinheiro nenhum no mundo." E ela responde: "Eu
também não, meu filho".
Não
estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digo
apenas que pensar em realizar tem trazido mais fortuna do que pensar em
fortuna.
Meu
segundo conselho: pense no seu País. Porque, principalmente hoje, pensar em
todos é a melhor maneira de pensar em si. Afinal é difícil viver numa nação
onde a maioria morre de fome e a minoria morre de medo. O caos político gera
uma queda de padrão de vida generalizada.
Os
pobres vivem como bichos, e uma elite brega, sem cultura e sem refinamento, não
chega viver como homens. Roubam, mas vivem uma vida digna de Odorico Paraguassu.
Que era ficção, mas hoje é realidade, na pessoa de Geraldo Bulhões, Denilma e
Rosângela, sua concubina.
Meu
terceiro conselho vem diretamente da Bíblia: seja quente ou seja frio, não seja
morno que eu te vomito. É exatamente isso que está escrito na carta de
Laudiceia: seja quente, ou seja frio, não seja morno que eu te vomito. É
preferível o erro à omissão. O fracasso, ao tédio. O escândalo, ao vazio.
Porque
já vi grandes livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas
ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso. Colabore com seu
biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se
acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido. Tendo consciência de
que, cada homem foi feito para fazer história. Que todo homem é um milagre e
traz em si uma revolução.
Que
é mais do que sexo ou dinheiro. Você foi criado, para construir pirâmides e
versos, descobrir continentes e mundos, e caminhar sempre, com um saco de
interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra.
Não
use Rider, não dê férias a seus pés. Não sente-se e passe a ser analista da
vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que
vivem a dizer: eu não disse!, eu sabia! Toda família tem um tio batalhador e
bem de vida. E, durante o almoço de domingo, tem que aguentar aquele outro tio
muito inteligente e fracassado contar tudo que ele faria, se fizesse alguma
coisa.
Chega
dos poetas não publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas
fantásticas toda sexta de noite, todo sábado e domingo, mas que na segunda não
sabem concretizar o que falam. Porque não sabem ansiar, não sabem perder a
pose, porque não sabem recomeçar. Porque não sabem trabalhar.
Eu
digo: trabalhem, trabalhem, trabalhem. De 8 às 12, de 12 às 8 e mais se for
preciso. Trabalho não mata. Ocupa o tempo. Evita o ócio, que é a morada do
demônio, e constrói prodígios. O Brasil, este país de malandros e espertos, da
vantagem em tudo, tem muito que aprender com aqueles trouxas dos japoneses.
Porque aqueles trouxas japoneses que trabalham de sol a sol construíram, em
menos de 50 anos, a 2ª maior mega potência do planeta. Enquanto nós, os
espertos, construímos uma das maiores impotências do trabalho.
Trabalhe!
Muitos de seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque você vai
trabalhar enquanto eles veraneiam. Porque você vai trabalhar, enquanto eles vão
ao mesmo bar da semana anterior, conversar as mesmas conversas, mas o tempo,
que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço, e só o
trabalho lhe leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão.
E isso se chama sucesso."
Hoje me sinto realizada por escolher a confeitaria para minha vida.
Daqui para frente: sucesso!
Sweet Hugs!
Laurinha